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terça-feira, 9 de abril de 2019

Sobe para sete o número de mortos no temporal de ontem no Rio. Chuva volta a castigar a cidade

Equipes dos Bombeiros ainda continuam os trabalhos de busca no Morro da Babilônia
Equipes dos Bombeiros ainda continuam os trabalhos de busca no Morro da Babilônia Foto: Agência O Globo
O Globo

RIO - As chuvas não dão trégua e continuam castigando vários bairros do Rio e de Niterói nesta terça-feira. Pelo menos sete pessoas morreram em razão do temporal que atingiu a capital na noite de ontem. No Morro da Babilônia, no Leme, um deslizamento atingiu uma casa, causando a morte de duas irmãs. Bombeiros procuram mais uma possível vítima soterrada, Gilson Cezar Cerqueira dos Santos, de 42 anos. Outro homem foi encontrado morto na Gávea. Em Santa Cruz, um homem foi eletrocutado e foi levado para a UPA do Cesarão. Ele morreu no local. Na Ladeira do Leme, perto do shopping Rio Sul, os bombeiros encontraram três mortos soterrados em um táxi.
O município continua em estágio de crise. Segundo o Centro de Operações da Prefeitura, a previsão é de chuvas fortes na cidade até o fim do dia. A orientação é que as pessoas somente se desloquem em caso de extrema necessidade.

Uma das vítimas do deslizamento na Babilônia chegou a ser levada para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos. As duas mortas são irmãs.
Na Gávea, morreu o sushiman Guilherme Nascimento de Pontes . Ele estava aproveitando a folga do trabalho para comemorar com cinco dias de atraso o aniversário. Ele completou 30 anos na quinta-feira e tinha saído de casa, no Parque da Cidade, na Gávea, para comprar a carne do churrasco, na Rocinha. Seu corpo foi arrastado pela correnteza e ficou preso debaixo de um carro na Rua Marquês de São Vicente.
Durante a madrugada, moradores da comunidade ajudavam equipes do Corpo de Bombeiros nas buscas de um homem de 42 anos, que estaria desaparecido. Na noite de segunda, policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) informaram que haveria ainda três crianças soterradas.
Segundo a filha de uma das vítimas, vizinhos contaram que uma árvore caiu sobre a casa provocando o deslizamento de terra. Um morador que ajudou no resgate antes da chegada dos militares, contou que o homem, que estava na casa, continua desaparecido.
— Cheguei no local e, na hora, pedimos para que todos ficassem em silêncio para procurarmos por sobreviventes. Eu mesmo encontrei uma mulher, ainda com vida. Quando os bombeiros chegaram, tentaram reanimá-la, mas ela já estava sem conseguir respirar e acabou morrendo. O homem, que estava com ela na casa, tentando ajudá-la, continua desaparecido — contou o morador, que não quis se identificar.

Ele afirma que a sirene do morro não tocou.
— O morro está todo sem luz. E quando falta luz, a sirene simplesmente não toca — contou.
Por conta da chuva forte, a comunidade ficou sem energia elétrica durante o período da noite e início da madrugada. Equipes da Light foram acionadas e às 2h a situação começava a ser normalizada. De acordo com a Defesa Civil do município, 39 sirenes em 20 comunidades foram acionadas na noite desta segunda-feira. Até o último boletim, divulgado por volta de 22h50, o Morro da Babilônia não havia sido alertado, segundo o texto.

Previsão do tempo nesta terça-feira

Segundo o Alerta Rio, o tempo continuará instável na cidade do Rio nesta terça-feira. O céu vai variar entre nublado a encoberto e há previsão de chuva moderada a forte ao longo do dia, podendo ser muito forte em um curto período de tempo e vir acompanhada de raios e rajadas de vento forte. As temperaturas apresentarão declínio em relação à segunda-feira, sendo a mínima prevista de 20 graus e a máxima de 28 graus.
Às 20h55 desta segunda-feira, o município entrou em Estágio de Crise por conta da atuação e permanência de núcleos de chuva em diferentes pontos. O Estágio de Crise é o terceiro nível em uma escala de três e significa chuva forte a muito forte nas próximas horas, podendo causar alagamentos e deslizamentos.

Escolas sem aula

As aulas da rede municipal de ensino foram suspensas nesta terça-feira. Por causa da chuva , o prefeito Marcelo Crivella decidiu deixar os 650 mil alunos da rede em casa, antecipando o feriado escolar que acontece todo mês de abril.

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